sábado, 22 de setembro de 2012

Os riscos de agendar uma cesárea sem necessidade


Novo estudo mostra que o risco de morte do bebê que nasce antes de 39 semanas é maior do que aqueles que chegam ao fim da gestação.

Cada vez mais os estudos confirmam e alertam o quanto adiantar o parto sem necessidade, mesmo que em poucas semanas, traz riscos para o bebê. Um deles, publicado este mês na revista científica Obstetrics & Gynecology, revelou que antes de 39 semanas há risco de morte para a criança. 





Para chegar a essa conclusão, os cientistas da March of Dimes Foundation, uma organização não governamental que encabeça campanhas nos Estados Unidos para evitar nascimentos prematuros, analisaram mais de 46 milhões de nascimentos, usando dados do National Center for Health Statistics U.S. O resultado revelou que a taxa de mortalidade infantil era de 1.9 para cada 1.000 bebês nascidos na 40a semana de gestação e subia para 3.9 para aqueles nascidos pouco antes, na 37a semana. 

De acordo com Antônio Júlio de Sales Barbosa, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Catarina (SP), a pesquisa apenas reforça o que já é sabido entre os obstetras. “São considerados prematuros bebês que nascem com menos de 37 semanas. Mas isso não quer dizer que aquele que chegou até a 37a já possa nascer. Não é bem assim. Eles ainda têm um pequeno cumprimento de maturidade pulmonar a ser vencido – o que acontece entre a 38a ou 39a semana”, diz. 

E o especialista reforça, ainda, que, mesmo na 38a semana, as cesáreas eletivas (agendadas sem necessidade) podem trazer surpresas, ao acarretar em complicações para os bebês, como infecções respiratórias, febre, alteração na temperatura. “Parece que uma semana é pouco, mas para o bebê na barriga é muito”, afirma Júlio. 

Sobre problemas respiratórios, aliás, cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, já haviam mostrado como o risco de complicação acaba sendo maior para quem nasceu antes da hora. Eles avaliaram mais de 230 mil partos feitos entre 2002 e 2008 em hospitais dos Estados Unidos. Cerca de 7 mil bebês tiveram de ser internados em UTIs, sendo que, destes, mais de 2 mil sofreram de problemas respiratórios. Entre os casos de pneumonia, por exemplo, o problema caiu de 1,5% entre os que nasceram de até 38 semanas para 0,1% na 39ª semana. 

No Brasil, a maioria dos nascimentos na rede particular ainda é feita por cesáreas. O maior problema é o crescente número de cesáreas eletivas, ou seja, quando a cirurgia é agendada antes de a grávida entrar em trabalho de parto. Um dos riscos envolvidos é a chance de o médico errar no cálculo gestacional e o bebê nascer prematuro. Com isso, a criança deixa de ganhar peso e de amadurecer os pulmões, e ainda corre o risco de precisar ser internada em uma UTI neonatal por conta da prematuridade. “Muitas cirurgias são feitas sem necessidade, apenas por comodismo, tanto dos pais da criança, que querem se organizar melhor, quanto dos médicos, que não precisam desmarcar consultas para realizar um parto a qualquer momento”, diz Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista do Hospital Sírio-Libanês (SP). Nos Estados Unidos, dados do March of Dimes mostram que 543 mil bebês (1 a cada 8) nascem prematuramente.

A situação é diferente quando a mãe entra em trabalho de parto e, no meio do caminho, é preciso realizar uma cesárea. A chance de a criança ter problemas pulmonares é menor porque, durante o processo, segundo Pupo, há uma série de transformações que acontecem na criança que a deixam mais preparada para sobreviver fora do útero. “Não se deve interferir num processo natural, a não ser em casos específicos em que há risco de vida para a mãe e o bebê”. A data provável dos partos é em torno de 40 semanas de gestação. E, se mãe e filho estiverem bem, esse prazo pode se estender até 41 semanas e 6 dias. 

Por que o número de cesárea só cresce?

Por falta de informação , incentivo do médico ou até mesmo por medo do parto normal, as gestantes tendem a acreditar que a cesárea é o tipo de parto mais seguro. Mas os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que é justamente o contrário. Um estudo, que avaliou mais de 100 mil nascimentos em países asiáticos, mostrou que as grávidas que passaram por uma cesárea têm mais de sofrer complicações sérias, que podem levar à morte. Caso a cesárea seja realizada antes da mulher entrar em trabalho de parto e sem indicação médica, os riscos são 2.7 vezes maiores do que no parto vaginal, segundo as estatísticas. Já no caso dos partos cirúrgicos feitos antes do trabalho de parto, mas com indicação médica, o número cai para 2.1. 

Ainda assim, se numa roda de conversa com outras mães, você perguntar quem teve parto normal, vai perceber que as estatísticas sobre o parto cesárea no mundo são mesmo alarmantes. Dados do The NHS INformation Centre, na Inglaterra, por exemplo, mostram que 25% dos partos no Reino Unido, entre 2008 e 2009, foram cirúrgicos. Já nos Estados Unidos, em 2005, esse índice já era de 30,2%. No Brasil, os números são ainda mais assustadores. Somente no SUS, 33,25% dos partos realizados em 2008 foram cirúrgicos, de acordo com o Ministério da Saúde, o que representa cerca de 655 mil cesáreas. Todos esses dados contrariam a recomendação da Organização Mundial de Saúde, que determina que esse tipo de parto represente somente entre 10% e 15% do total realizado em um país. 


Os benefícios do parto normal

Para o bebê: esse tipo de nascimento é bom porque segue o processo natural. Ela nasce na hora certa, a não ser nos casos de prematuros. Existem várias evidências e especulações de que o trabalho de parto não é meramente uma atitude física de expulsão do bebê, e sim uma alteração de padrão hormonal em que há liberação de hormônios pela mãe e bebê que sinalizam que o momento de nascer está chegando. Outro beneficio é que o tórax do bebê é comprimido ao passar pelo canal de parto, o que faz com que ele expulse secreções das vias respiratórias, tornando-o mais adaptado a respirar

Para a mãe: além do aspecto psicológico, da satisfação da mulher em poder dar à luz, a recuperação é mais rápida e são menores as chances de complicações após o procedimento, como sangramentos ou infecções, por exemplo.
  

Quando a cesárea é realmente necessária? 

-->Quando a placenta cobre parcial ou totalmente o colo do útero, impedindo a saída do bebê, a chamada placenta prévia; 

--> Caso a mãe tenha herpes genital com lesão ativa até um mês antes do parto; 

--> Em casos raros de doenças cardíacas; 

--> Se o bebê está atravessado, mas antes é possível tentar ajudá-lo a ficar na posição correta; 

--> Nos casos em que a gestante tenha aids com varga viral muito alta ou desconhecida; 

--> Quando há descolamento prematuro de placenta; 

--> Se a abertura do colo da mãe é pequena para o bebê, algo que ocorre em menos de 5% dos partos; 

--> Nas situações em que o cordão umbilical penetra no canal de parto antes do bebê; 

--> Se há diminuição drástica no fluxo de oxigênio ou nos batimentos cardíacos, o que ocorre em apenas 1% dos partos. 

Fonte: 300 respostas da Crescer sobre gravidez



Lista de Riscos da Cesariana

Para o bebê:
  1. Risco de complicações e desconforto respiratório
  2. Demora maior para o leite "descer"
  3. Maior probabilidade de aspiração com cânulas no bebé após o parto (vias aéreas e orais)
  4. Risco de morte 10x maior para o bebé
  5. Grande probabilidade do bebé ficar longe da mãe após nascer
  6. Maior risco de infecção neonatal por aspiração de mecónio
  7. Maior dificuldade no aleitamento
  8. Maior probabilidade de desmame precoce
  9. Lesão do bebé (na hora da cesariana)
  10. Maior risco de morte fetal inexplicável no final da gestação seguinte
  11. Dificuldades de vínculo com a mãe
  12. A mãe pode precisar de analgésicos fortes para aliviar a dor no pós-parto e estes podem passar para o bebé através do leite
  13. Maior risco de internamento do neonato em UTI
Para a mãe:
  1. Risco de ruptura uterina aumentada no próximo parto, caso sejam utilizadas oxitocina artificial no soro e/ou anestesia.
  2. É difícil encontrar um médico que faça partos normais após cesarianas pois são dependentes das drogas citadas acima
  3. Risco de morte 4x maior
  4. Risco de infecção hospitalar
  5. Pós-parto demorado e dolorido.
  6. Depois o desconforto da cirurgia, a dor, a maior dependência de outras pessoas para cuidar do bebé.
  7. Dificuldades para engravidar posteriormente, maior risco de infertilidade posteriormente
  8. Risco de endometriose
  9. Risco de hemorragias, transfusões e morbilidades provocadas por transfusões
  10. Sensibilidade na cicatriz a longo prazo (coceira, dor, sensação de estiramento, etc.)
  11. Dormência na região entre a cicatriz umbilical e corte cirúrgico.
  12. Formação de Aderências
  13. Aumenta as probabilidades do próximo parto ser cesariana
  14. Lesão no intestino (na hora da cesariana)
  15. Maior Risco de trombose doenças correlatas (incluindo embolia)
  16. Risco de acidentes com anestesia
  17. Risco da anestesia não pegar e ter que fazer uma anestesia geral
  18. Maior incidência de Inserção Baixa de Placenta
  19. Maior probabilidade de Acretismo Placentário
  20. Histerectomia (perda do útero) devido ao sangramento
  21. Maior necessidade de transfusão sanguínea
  22. Morte materna devida a hemorragia, consequente a inserção baixa de placenta
  23. Maior risco de atonia uterina
  24. Maior risco de embolia pulmonar
  25. Maior risco de trombose venosa profunda
  26. A próxima gravidez não mais será de baixo risco
  27. Risco de reiteradamente, recuperação por infecção da cicatriz, deiscência de pontos, sangramentos, etc.., com consequente afastamento do bebé
  28. Dificuldades de vínculo com o bebé
  29. Não realização da plenitude da maternidade.
  30. Maior índice de depressão pós-parto
Se a cesariana foi feita antes do trabalho de parto, marcada com antecedência pelo médico, além dos riscos acima podemos adicionar:
  1. Risco de prematuridade do bebé
  2. Um desrespeito monstruoso e uma tremenda violência à mãe e ao bebé
  3. A perda da oportunidade da primeira descoberta de sua própria força e capacidade de luta
  4. A perda da energia que estava sendo guardada para o momento do parto, que gera frustração
  5. A perda da oportunidade de vivenciar uma situação que lhe daria noção de foco, de fazer esforço numa direcção e sentido correcto
  6. Quem convive com essas consequências de uma desnecesaria, aprende as verdades da vida de uma forma muito dolorosa... e demorada.
  7. Segundo os astrólogos (para quem curte o tema), o bebé nasce com uma dualidade na personalidade (situação astrológica natural x situação astrológica forçada)

    2 comentários:

    1. Amei sua postagem..faço Fertilização In Vitro e já penso mto no meu parto..se Deus quiser vou ter meu filho(a) de parto normal! vou seguir seu blog..bjos

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    2. Ah..também tenho um blog que conto sobre meu tratamento...sera q posso compartilhar esse post lá?

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