A May me autorizou a postar o relato de parto dela aqui, e eu posto com a intenção de mostrar como a violência obstétrica muitas vezes é sutil, é um olhar rude, um comentário debochado, um tratamento desumano.
Nem sempre o hospital com a melhor hotelaria (leia-se, o mais chique e novinho e bonitinho com quartos confortáveis) é o hospital mais acolhedor. Hospitais particulares (de plano de saúde), com taxas de 95% de cesáreas, simplesmente NÃO SABEM como tratar um mulher em trabalho de parto, não sabem e não ligam, ela é um incômodo ali fazendo barulho e ocupando leito e não gerando lucro.
Falta carinho, falta respeito, falta entender como funciona fisiologicamente o trabalho de parto e quais são as reais necessidades daquela mulher. Não, as enfermeiras não entendem, os médicos não entendem, estão congelados pelo protocolo, pelo descaso. Ali você é só mais uma, você não é alguém. E pra piorar não seguem recomendações básicas (baseadas na ciência) de como atender uma parturiente e um recém nascido, separam mãe e bebê e submetem ambos a estresse desnecessário e estragam um dia que era para ser tão especial. Precisamos de mais humanidade, de mais empatia.
Esse relato dói, dói por ser tão frequente, tão real. O descaso com as emoções alheias, a objetificação do corpo alheio.
Nem sempre o hospital com a melhor hotelaria (leia-se, o mais chique e novinho e bonitinho com quartos confortáveis) é o hospital mais acolhedor. Hospitais particulares (de plano de saúde), com taxas de 95% de cesáreas, simplesmente NÃO SABEM como tratar um mulher em trabalho de parto, não sabem e não ligam, ela é um incômodo ali fazendo barulho e ocupando leito e não gerando lucro.
Esse relato dói, dói por ser tão frequente, tão real. O descaso com as emoções alheias, a objetificação do corpo alheio.