quinta-feira, 7 de setembro de 2017

É só ouvir a criança! Disciplina positiva

No meu último vídeo (“Estratégias para Educar sem Bater” https://youtu.be/NvITQurTMgU, que é continuação do “O que a Palmada Ensina” https://youtu.be/ugZPRUJRfw4) eu compartilhei uma experiência pessoal.
Uma situação que vivi muito desafiadora com minha filha, uma daquelas típicas ‘cenas’ de birra ‘homéricas’ que podem virar algo feio em segundos. Nele eu conto como minha filha se recusou a tomar banho e eu perdi a paciência e como ela gritou e esperneou e foi muito difícil voltar à calma e solucionar a situação.
Hoje aconteceu novamente, e tentando ouvir as minhas próprias dicas, eu consegui manejar a situação de uma forma muito melhor! Quis vir contar pra vocês pra dizer “Gente! Disciplina Positiva funciona vejam!”, pois o que eu testemunhei hoje foi que não precisamos ‘mostrar quem manda’ ou oprimir e dar bronca em nossos filhos, precisamos escutar.
A imagem pode conter: 1 pessoa, criança e close-up
Depois de tentar me enrolar e me dobrar de todas as formas, a Lara finalmente foi ao banheiro comigo, um pouco à força (no colo, reclamando). Ao entrar no banheiro começou a ‘birra’. Tentativas de abrir a porta e fugir (tive que trancar), tentativas de me bater, gritos de que não queria tomar banho, sapateados no chão “não quero tomar banho, não quero não quero”. Choro...
Respirei fundo e pensei “ok, segundo o que eu mesma acredito, o que é melhor pra resolver a situação agora?”.
Ela, contrariada e com raiva, se encostou no canto da parede chorando e brigando, tentando evitar que eu tirasse sua roupa para colocar no banho à força.
Me recusei a forçar dessa vez, eu ia vencer no diálogo ou na persistência da paciência.
Me abaixei e falei “Calma filha, mamãe não está brigando, tá tudo bem”
E fui tentando acalma-la.
Expliquei novamente que estava de noite, que todos os dias ela toma banho antes de dormir, e já estava na hora de dormir. Ela já tinha feito tudo que queria e eu já tinha cedido a alguns pedidos, mas agora era hora do banho.
Ela continuava contrariada e descontrolada, um pouco menos, mas ainda. E dizia que não iria tomar banho, que não queria, e chorava.
“Calma filha, respira, não estamos brigando” (Lembrei que ela estava com medo ‘da minha briga’ – como ela se refere – na última vez).
Voltei a contar como ela tinha brincado muito hoje e estava suja e fedida e que todo dia tomamos banho antes de dormir. Lembrei da caminha nova dela que ela adora com a coberta de unicórnio e que a gente não poderia deitar suja na cama pra não deixar a cama suja e fedida.
“Fedida igual um gambá mamãe?!” – E ela foi parando de chorar
“È, imagina, credo, seria horrível uma cama com cheiro de gambá! Rs! Você toda suja , não pode deitar na cama filha, vai sujar sua coberta”
“Mas eu não quero lavar a cama, se ela sujar tem que molhar, eu não quero ter que tomar banho pra não molhar a cama!”
“Ah mas pra isso a gente vai usar aquela sua toalha pra te deixar bem sequinha e cheirosa, e ai sua cama vai ficar limpinha”
“Hm.....” – e o choro já havia cessado
“Vamos entrar no banho? Eu tomo junto com você, deixo você me ajudar” – E estendi a mão para ela. Ela me deu as mãos e se levantou, tirou a roupa sozinha e veio toda feliz no meu colo.
E pronto, fomos dormir felizes e sem dramas!
Ela não precisava de uma bronca, de uma ‘lição de obediência’, ela precisava ser ouvida.

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