Te vi nascer!!


Registros de Nascimentos

Detalhes sobre alguns dos partos que acompanhei como doula (não estão todos aqui, apenas os autorizados com registros fotográficos)

Maria é filha da Maristela e do Odilson. Ela nasceu dia 26/03/12 em um parto domiciliar. O 4º parto normal da Maristela. Ela passou o domingo inteiro (exatas 40 semanas completas) em trabalho de parto, mas este só ficou mais "ativo" la pelas 18h. Maria nasceu as 2:20 da madrugada de segunda, na água, pesando 3,7kg, com uma circular de cordão. Quem acompanhou foi a equipe de enfermeiras obstetras da Humaniza (Melissa e Kelly).
Curiosidades: Maristela perdeu o tampão na manhã de domingo, e enquanto o trabalho de parto estava latente nós fomos passear pela cidade, fazer compras no supermercado, visitar um amigo e cozinhar almoço. A bolsa da Maristela estourou em cima da doula que estava agachada ao lado dela! O líquido estava com mecônio, mas bem claro e fluído, indicando que tudo estava bem. A Maria já entrou no sling (carregador de bebê) nas primeiras horas de vida! Maristela faz e vende slings de argola e wraps lindos pela empresa dela a BSB SLINGS.
Podem ler o relato de parto dela aqui
http://alaya77.blogspot.com.br/p/relatos-de-parto.html




Jorge é filho da Camila e do Nilton. Nasceu dia 3 de agosto de 2012. Camila estava de 39 semanas e meia. Ela acordou de madrugada com contrações e achou que estava só passando mal. Quando me telefonou as 5 da manhã a bolsa tinha estourado. Chegamos no Hospital ela estava já de 9cm de dilatação. O Jorge nasceu 1hora depois. A Camila conseguiu recusar a episiotomia quando a médica (de convênio) ameaçou fazer. O Jorge nasceu com 2,8kg, um fofo não?!
Podem ler o relato de parto dela aqui
http://alaya77.blogspot.com.br/p/relatos-de-parto.html




Clarinha nasceu em 11/11/12. Filha do Daniel e da Larissa, que chegou a 42 semanas. As 40 semanas o obstetra de convênio que a acompanhava “lavou as mãos” e falou que se ela não aceitava a cesárea, que encontrasse outro médico. A Larissa foi super firme no desejo de parto normal dela. E durante o período após as 41 semanas recorreu a rápidas visitas ao hospital para monitorar sua bebê, tendo que escapulir de vários terrorismos. Com o apoio do marido e da doula seguiram aguardando pacientemente. Quando fechou 42 semanas decidiram por internar no hospital e deram a sorte de pegar o plantão de um médico favorável ao parto normal. Ele aceitou fazer uma indução com misoprostol e três horas após o comprimido a Larissa já estava dilatando e tendo contrações. As contrações estavam muito doloridas e o obstetra administrou uma medicação para diminuir a dor delas. Porém, 12 horas depois (e com troca de plantão) e Larissa apresentou um quadro de taquissistolia (hiperestimulação uterina), a dilatação havia estacionado em 3cm por algumas horas e a outra plantonista a encaminhou para uma cesárea. Fiquei com eles a madrugada toda, a Larissa foi muito forte e o Daniel foi um apoio fundamental. A Clara nasceu super bem, com 3,6kg e mamou na primeira hora de vida.

Curiosidade: Larissa chegou a 42 semanas sem sentir absolutamente nenhuma cólica, nenhuma contração, sem perda do tampão. Quando a indução se iniciou o colo estava grosso e fechado, mas rapidamente respondeu à medicação e amoleceu e dilatou. A Larissa tinha feito um ultrassom 2 dias antes no nascimento que acusava 4,2kg, a Clara nasceu com 600g a menos que isso! Não confiem em medidas de ultrassom!



Ananda, filha da Luana, nasceu de 39 semanas e meia, com 3,3kg. Dia 11 de dezembro de 2012. Ela nasceu na Casa de Parto de São Sebastião, de parto natural, sem intervenções. A Luana passou o trabalho de parto latente todo em casa, achando que eram apenas umas coliquinhas. Sua bolsa fissurou e ficou escorrendo aos poucos, foi aí que ela me telefonou as 23h. Quando cheguei em sua casa o trabalho de parto já estava ativo (contrações fortes e ritmadas). Esperamos uma amiga enfermeira-obstetra chegar (a Lílian) e decidirmos que era hora de ir para casa de parto (30min de distância). A mãe da Luana foi dirigindo e durante o percurso a Luana entrou em período expulsivo, e começou a fazer força! A doula achou por um momento que o bebê nasceria no carro! Entramos correndo na casa de parto, era 3h da manhã e não dava tempo de preencher internação. Ao entrar na sala de parto foi confirmada a dilatação completa, a cabecinha da Ananda já estava descendo!. Luana foi atendida pelas amáveis enfermeiras obstetras Kelly e Amanda. Com uma lâmpada vermelha acesa e música ambiente, Luana deu à luz na banqueta de cócoras, com a doula apoiando suas costas (sentada na escadinha da maca) e a avó apoiando a doula (nada como um bom trabalho em equipe!). Foi um nascimento cercado de muito amor, 30 minutos após a chegada na casa de parto. O cordão só foi cortado após cerca de meia hora do nascimento, e a Luana e a Ananda puderam ficar se namorando desde o primeiro instante.
Curiosidade: A placenta levou 1 hora e meia para sair, e no final a doula deu uma ajudinha com acupuntura pra solta-la. Relato de parto completo pode ser lido aqui http://alaya77.blogspot.com.br/2013/10/relato-de-parto-da-ananda-pela-mae-luana.html


Henrique nasceu de parto domiciliar dia 4 de maio de 2013, filho da Isabela e do Marcelo, as 38 semanas de gestação. A Isabela estava sentindo pródromos (contrações irregulares e espaçadas) desde as 36 semanas, e já estava com 2cm também nessa época. A decisão deles pelo parto domiciliar surgiu com muito empoderamento do casal. Estudaram bastante e frequentaram encontros de dois grupos de gestantes: Grupo Renascimento do Parto (coordenado por mim e pela Erica de Paula) e o Ishtar. Após assistir uma palestra de parteiras urbanas (enfermeiras obstetras) e participar do nosso encontro com a Dra. Rachel Reis, Dra. Caren Cupertino e a Melissa Martinelli (da equipe Humaniza, que atendeu o casal) sobre parto domiciliar, decidiram pelo PD. A Isabela esteve sempre muito tranquila e confiante, e se entregou ao seu processo de parir. O Marcelo foi um super companheiro que participou de todas as decisões e apoiou muito sua esposa. Ela teve um trabalho de parto relativamente rápido e o Henrique nasceu na água, empelicado (a bolsa da Isabela não estourou), e quem o pegou foi o papai Marcelo. Eu fui a doula de pré-parto deles. Quando o trabalho de parto se iniciou eu estava em outra cidade e a amiga doula Taiza Nobrega foi minha backup e os acompanhou durante o parto.



A Clarice nasceu em 15 de março de 2013. Filha do Carlos e da Janaína, uma das mulheres mais fortes e lutadoras que conheci! Ela estava com médico de plano de saúde e ele parecia muito tranquilo, nunca fez exame de toque nela (não é necessário fazer antes do trabalho de parto), e falou que ia esperar. Janaína chegou as 41 semanas e recebeu um ultimato, ou fazia cesárea, ou ficava sem médico. Ele se recusava a induzir o parto dela (que é uma das possibilidades as 41 semanas, ainda que seja possível esperar mais tempo) com a alegação de que não se faz indução em quem tem cesárea prévia, que era o caso dela, 7 anos atrás. A indução com comprimido de misprostol é contra-indicada para quem tem uma cesárea anterior, porém é possível conduzir uma indução com ocitocina controlada, ainda mais no caso dela que já estava com o colo do útero favorável e já tinha dilatado quase 2cm. A partir daí Janaína ficou sem médico, tentou pedir a uma plantonista que fizesse descolamento de membranas (que pode ajudar a dar inicio ao trabalho de parto), mas ela se recusou. Tentamos indução por acupuntura, que fazia a Janaína sentir algumas contrações, mas o trabalho de parto não vinha. Não era o tempo da Clarice. Janaína aguentou a pressão que algumas pessoas a sua volta faziam para "tirar logo" e o terrorismo dos médicos plantonistas. Passou por ultrassom com doppler, cardiotocografia, tudo sempre apontava normalidade. Fluxo sanguíneo bom, placenta boa, líquido bom, bebê estava bem. Mas os plantonistas a chamavam de irresponsável e diziam que a bebê dela podia morrer de uma hora pra outra por que estava "passando do tempo" (isso é coisa que se diga para uma mãe?!). Chegaram a ligar para o médico que a havia largado (no velho estilo "vou contar pra tia o que você está fazendo"). Mas Janaína não esmoreceu e segui aguardando a Clarice dar sinal. Passei para ela os artigos da obstetra Melania Amorim sobre gestação prolongada (que passa de 42 semanas), com todas as evidências científicas. Conversamos, relaxamos, tomamos açaí. As 41 semanas e 6 dias Janaína fez outra cardiotocografia e o bebê apresentou pouca mobilidade fetal (as vezes bebês estão calmos ou dormindo no útero). Fazia muito tempo que ela havia comido, então pediu que lhe dessem comida e após "bater um prato" a bebê despertou e se mexeu bastante. Naquele dia fizeram outro ultrassom e calcularam que a bebê já pesava 4kg. As 42 semanas Clarice nasceu de cesárea com plantonista, pesando 3,7kg. O exame de capurro dela (exame de características do bebê que determinam a idade gestacional real dele) deu que ela tinha 40 semanas. Foi muito importante pra Clarice ter tido uma mãe que aguardou, esperou, monitorou e seguiu esperando até as 42 semanas. Sua mãe lhe deu maiores chances de nascer bem, e de se desenvolver no útero. A história da Janaína mostra como não basta ser empoderada e firme (pois ela foi!), se o sistema está contra você, e não há médico que te atenda com base em evidências científicas, fica muito difícil parir. Janaína, toda minha admiração por você! Que a Clarice cresça sabendo a mãe forte e guerreira que ela tem!



Ian nasceu em casa, dia 7 de dezembro de 2012, na água, pesando 3,6kg, com 53 cm. A Marília estava de 39 semanas e meia e foi atendida pela equipe de enfermeiras obstetras da Humaniza (Melissa e Kelly). A Doula dela foi a Rachel Bessa, eu fui a "doula 2". Eu e a Rachel nos revesamos para atende-la. Foi um dia muito bacana. Marilia começou com um longo trabalho de parto latente (fase inicial da dilatação), e ficou muito tranquila, dormiu entre as contrações, recebeu massagens, usou a bola, ouviu músicas que ela tinha selecionado para o parto. Ela teve total autonomia durante o parto, comeu, tomou banho, se movimentou como quis. Seu marido e seu filho mais velho estiveram presentes o tempo todo. A dilatação logo evoluiu e a Marília pode entrar na piscininha. Ali ela pariu o Ian, pariu cantando hinos durante o expulsivo todo, coisa mais linda de se ver! O irmão mais velho e o pai do Ian ficaram juntos do lado, e foi o papai que pegou o Ian pela primeira vez e cortou o cordão umbilical. O parto da Marília foi um VBAC (parto normal após cesárea), e tudo ocorreu tranquilamente!
Curiosidades: No meio do trabalho de parto ela pediu pra alguém cozinhar um milho verde pra ela comer. Também chegaram visitas no apartamento (que não sabiam que ela ia ter um parto domiciliar), e nós tivemos que explicar a situação.


Rafael nasceu dia 09/02/12, pesando 4,2kg e 54 cm, um bebezão lindo!! É filho da Priscilla e do Tyago. A Priscilla teve uma gestação tranquila acompanhada pelo SUS. Mesmo assim quando ela chegou a 40 semanas começaram a pressionar dizendo que ele tinha que nascer logo. Como ela tinha o ciclo bem irregular, ela ficou tranquila e se permitiu esperar. As 41 semanas ela entrou em trabalho de parto. Ela queria ter o Rafael na Casa de Parto de São Sebastião. O trabalho de parto iniciou de madrugada e eu cheguei de manhã em sua casa. As contrações, que estavam mais frequentes, foram ficando espaçadas e o intervalo ficou de 15 minutos. Então após um cochilo e uma sessão de acupuntura ela acordou com contrações mais fortes de 5 em 5 minutos. Almoçou um pouco, respirando tranquila na cadeira a cada contração, e resolvemos ir para a casa de parto, pois ficava a quase 1h da casa dela. Priscilla teve um trabalho de parto muito tranquilo, ela estava muito concentrada e respirava muito bem a cada contração, mesmo com o balanço do carro.  Uma das mulheres mais centradas que já vi em trabalho de parto! Quando chegamos na casa de parto ela estava com incríveis 9cm de dilatação! Porém ela não pôde ser atendida na casa de parto, pois já tinha fechado 41 semanas e encontraram 38cm de altura uterina dela (o protocolo permite até 36 - dias atrás ela tinha feito essa mesma medição e havia dado 35cm, uma pena). Fomos de ambulância para o hospital do Paranoá onde um médico constatou dilatação completa. Porém o Rafael não descia e concluiram que havia uma desproporção céfalo pélvica (quando o bebê é muito grande pra pelve da mãe - alguns bebês nascem de parto normal mesmo tendo mais de 4kg, o peso não é uma regra, mas ocasionalmente uma DCP é diagnosticada). Levaram ela para a cesárea, e nenhum acompanhante pôde entrar (o papai do Rafael só pode conhecê-lo por que ficou de plantão na saída do centro obstétrico esperando saírem com a Priscila e seu bebê 4 horas depois, só queriam deixar ele conhecer o filho no dia seguinte no horário de visita! Mas o Tyago foi persistente e esperou para vê-los!). A Priscilla teve todos os benefícios hormonais de passar pelo trabalho de parto e amamentou com facilidade. E o Rafael teve seu tempo respeitado.

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